domingo, 19 de julho de 2020

Apanhei de lerdeza

     Mamãe estava fazendo o jantar para o patrão e para a patroa, e pediu para eu ir comprar pão.
     Pedi o dinheirinho pra patroa, caminhei até a porta, desci no elevador. A padaria ficava bem pertinho de casa. Esperei um pouquinho pra chegar o pão quente, novinho saindo do forno.Aquele cheiro da padaria da esquina sempre me agradava.
     Na volta, encontrei com a minha amiguinha, a filha do zelador, e ficamos brincando um pouco e também ficamos vendo o finalzinho da novela. Lá em casa do patrão eu não podia assistir televisão na sala, e não tínhamos TV no nosso quartinho. Esqueci da vida.
     Subi de volta pra casa, a mesa já estava posta, entreguei os pães a mamãe, e o troco a patroa.
     Os patrões jantaram na sala, e depois de mamãe recolher a louça, jantamos na cozinha.
     Fui dormir, tava cansada, acordava bem cedo pra ir a escola, e sempre dormia cedo.
    De repente, mamãe me acorda me dando tapas no bumbum, e eu assustada acordo sem saber o motivo da surra.
     Depois de chorar um pouquinho, também não podia chorar muito alto, pois os patrões já estavam dormindo, mamãe, com toda a sabedoria dela disse que apanhei pois demorei muito pra chegar com os pães, cheguei com os pães frios, e atrasei o jantar dos patrões.
     Apanhei de lerdeza.